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Casamento entre duas paixões

1 de novembro de 2018       0 comentários

Duas paixões brasileiras, o café e a cerveja, têm feito um casamento cheio de criatividade e isso muito se deu por conta do avanço das cervejas artesanais, onde a alquimia pode ser feita sem limites de sabores. Ainda que não pareça, café e cerveja não são tão diferentes assim: ambos têm grãos torrados, oferecem efeito estimulantes e arrastam fãs e amantes de todos os cantos.

A combinação

Não faz muito tempo que as cervejarias começaram a testar essa combinação, utilizando grãos de cafés em suas receitas ou apenas oferecendo um aroma similar. Em algumas, o sabor do café está aparentemente na receita, ainda que os grãos não tenham sido utilizados na fabricação: isso acontece devido à utilização de maltes escuros e também à torra dos grãos. Geralmente o método está presente em algumas cervejas Stouts e Porters.

Algumas cervejarias também usam o método Cold Toddy, que substitui a água quente pela fria: os grãos são adicionados à água em baixa temperatura e descansam entre 18 e 48 horas, deixando o líquido com sabores e aromas de café, para depois, ser misturado à cerveja.

O que são cervejas Porters e Stouts?

Aposto que você ficou curioso, vamos lá. As cervejas Porters foram criadas no século XVII, na Inglaterra, e até hoje é um dos mais populares estilos de cervejas do mundo. Tem uma coloração escura e é produzida com malte torrado. As cervejas geralmente têm alto teor alcoólico, são de alta fermentação com um amargor exato. O estilo também gerou outro tipo de cervejas que são as Stouts, estas menos doces, encorpadas, mais amargas e cremosas que as Porters.

As cervejas Stouts são cervejas pretas, bem escuras. O estilo surgiu na Irlanda para servir de bebida para os carregadores dos portos. Eles precisavam trabalhar com peso o dia todo e, por isso, necessitavam de uma cerveja forte e bem robusta. Alguns não gostavam de cervejas mais adocicadas e por isso criaram as Stouts que tem aroma e gosto de café e malte torrado. São caracterizadas pela sua cor escura e pelos aromas e gostos torrados, que lembram cappuccino, chocolate e cacau. O corpo geralmente é cremoso, amargo e seco, e sua espuma é volumosa e vai de uma cor clara até o marrom. Uma cerveja bem famosa nesse estilo é a Guinness, que é nada mais nada menos que a cerveja mais consumida na Irlanda até hoje, e a responsável pela criação do Guinness Book, o Livro dos Recordes.

Vamos conhecer algumas cervejas fabricadas ou aromatizadas com café?

  • WÄLS Petroleum: produzida com diversos tipos de grãos escuros, apresenta corpo aveludado, licoroso e denso. Possui aromas de chocolate belga, café, toffee e caramelo, e amargor equilibrado. É maturada com cacau belga.
  • Colorado Demoiselle: Demoiselle é o nome de um dos aviões inventados por Santos Dummont, que passou parte da infância na região da Alta Mogiana (MG), onde seu pai foi um dos grandes expoentes no cultivo do café. E é esse ingrediente, combinado com maltes importados, que dá o toque no sabor e aroma desta cerveja.
  • Mikkeller Coffee IPA: essa cerveja é uma edição limitada “Brewed For Brazil”, linha de seis rótulos criada para agradar o paladar brasileiro. Trata-se de uma IPA de coloração dourada e espuma cremosa, fabricada com adição de café. No aroma, notas herbais e marcantes de café.
  • Hocus Pocus Coffee Hush: é a versão da Hush (Amber Ale) com adição de café. Durante a produção, a cerveja fica em contato com os grãos por pouco tempo, a fim de extrair as características mais solúveis, destacando o aroma mais frutado ao invés de torrado.
  • Blondine Volcano Coffee Stout: é uma cerveja de coloração preta e espuma cremosa, fabricada com grãos de café arábica. Apresenta aroma intenso e sabor equilibrado, com notas tostadas do malte, leve chocolate amargo e predomínio do café, lembrando um espresso gelado.
  • Dead Dog Coffee IPA: a Dead Dog edição especial, com adição de café, é uma American IPA já conhecida dos cervejeiros do circuito Rio-Niterói. Os grãos de café, selecionados e torrados pelo Barista Bruno Couto, são usados inteiros para aromatizar a bebida, com 5,7% de ABV e 56 IBU.
  • Meantime Coffee Porter: quase dá para tomar no café da manhã, junto de um belo omelete. A Meantime possui aroma de malte torrado, que lembra muito café. A espuma é preta, com um belo creme. No sabor, o café aparece quase como um ice coffee.
  • Tupiniquim Monjolo Imperial Porter: eleita a melhor cerveja do Brasil no RateBeer (2016), tem coloração negra e espuma bege. Seu aroma lembra o café, caramelo tostado e licor de alcaçuz. O sabor é torrado, com toques de café, toffee, baunilha e chocolate. O final é amargo e lupulado.
  • Evil Twin Aún Más Café Jesús: é uma das mais celebradas cervejas com café. Trata-se de uma Imperial Stout com 125 de teor alcoólico e um sabor fortíssimo de café. Também se nota lúpulos herbáceos e florais, junto do alto teor alcoólico.
  • Kaffee Bier: de Londrina, a capital mundial do café, surgiu a Kaffee Bier, da Von Borstel, com 4,8% de teor alcoólico. A variedade de café utilizada foi a Cauaí Vermelho, da Região de Jacarezinho – Norte pioneiro do Paraná, aliado ao processo de Cold Brew, com infusão direta durante o processo de maturação.

Você conhece alguma outra para acrescentarmos na lista? Conta para a gente!

 

Fonte: Revista Beer Art – Clube do Malte e Medium.com

 

 

Sobre o Autor:
cafedositiocliente

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